Metá Metá e Passo Torto levam a Encruza ao Circo Voador
en . cru . za
substantivo feminino.
“Na umbanda, ação do chefe do terreiro ou da mãe-pequena, traçar cruzes com pemba ('giz') nas costas, palmas das mãos, testa e nuca dos médiuns e, por vezes, dos consulentes, antes do início das sessões, com a finalidade de protegê-los e facilitar a comunicação com as entidades que assistirão os trabalhos; encruzamento.”
Dez para meia noite de sábado, bem na virada para o Dia de Ogum (23 de abril), o show no começou com um primeiro ato: o solo de Thiago França no saxofone, nos guiando entre os caminhos da floresta escura, da natureza mórbida, para a encruza.

Foto: Renan Prado

Foto: Renan Prado

Foto: Renan Prado

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Oya oriri
Guarda guerra, amor
Seu rosto vermelho
Rio em fogo aceso
Tanta paixão
Um só corpo não aguenta
Atinge o apogeu
Quando o sangue esquenta
É só pagar pra ver
O grupo deu início aos trabalhos com ‘Oya’, anunciando uma noite de metais pesados. Sem apoio da percussão, que deu lugar ao som dos violões, guitarras e instrumentos de sopro, o Passo Torto, projeto formado por Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Romulo Fróes, se apresentou com Thiago França e a voz inigualável de Juçara Marçal, ambos também do Metá, no palco do Circo Voador.
Amigos de longa data, o sexteto tem uma série de colaborações e trabalhos em parceria. Esse cruzamento se traduz não só no conforto pelo encontro ao vivo, mas na musicalidade dos projetos de cada um deles, individuais e coletivos. A apresentação reuniu músicas do Metá Metá, em especial do disco homônimo de 2011 e do ‘Metal Metal’, lançado no ano seguinte, do Passo Torto e dos trabalhos individuais, incluindo parcerias lançadas ao longo das últimas décadas.

Foto: Renan Prado

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Apesar de se sentirem muito à vontade com o público carioca, esse não foi um show para quem está acostumado com a levada e repertório usuais do Metá. Desta vez, se apresentaram sentados, com um repertório diferente. Thiago França abriu o segundo ato com ‘Terrasque’, assentando uma atmosfera introspectiva e silenciosa, para que Dinucci viesse encantando o violão. Emendou ‘Exu Odara’ com ‘Odé’, preparando o público para o ápice, que culminou na flauta hipnotizante de ‘Cobra Rasteira’, reconhecida imediatamente.
Na sequência, Juçara chamou o ‘Velho Amarelo’, pra todo mundo conjurar que não estamos morrendo, hoje não. Alguém na plateia gritou “O Brasil voltou!” e naquele momento concordamos, e que alívio, como é bom estar de volta.

Foto: Renan Prado

Foto: Renan Prado
Quero morrer num dia breve
Quero morrer num dia azul
Quero morrer na América do Sul
Já para o bis, o grupo voltou para exaltar ‘São Jorge’, e ‘A Mulher do Fim do Mundo’, canção-título do álbum de Elza Soares de 2015, escrita por Rômulo Fróes e Alice Coutinho, homenageando as entidades que coroaram a noite.
Por: Suzany Alves

Foto: Renan Prado

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